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Asfalto precário exige que fabricantes usem até suspensão militar nos caminhões brasileiros

Os problemas de infraestrutura das rodoviárias obrigará mudanças extremas nos veículos cargueiros. Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), apenas 12,4% de toda a malha rodoviária é pavimentada. Sendo assim, são 25,1 km de rodovias asfaltadas para cada 1.000 km² de área.

O que acontece é que os veículos (como, por exemplo, o Scania produzido na Suécia) são fabricados considerando todas as condições locais de lá. Dessa forma, quando são enviados para outra região, como, por exemplo, aqui no Brasil, o caminhão não consegue enfrentar o novo cenário, visto que as condições locais são completamente diferentes.

No Brasil, as condições são extremas, tanto nas estradas quanto no clima. Excesso de terra e poeira, solos irregulares e temperaturas que ultrapassam os 40 °C, às vezes, exige muito mais de um caminhão em questões de desempenho. Por isso, muitas fabricantes se veem obrigadas a realizar mudanças extremas na parte estrutural e mecânica dos automóveis, para só assim aguentarem as condições e ter uma maior vida útil. Se isso não for estudado nos mínimos detalhes pelos engenheiros, qualquer caminhão vai passar mais tempo na oficina que na estrada.

No entanto, existe um componente que merece um pouco mais de atenção, sendo a suspensão do caminhão. Em decorrência da quantidade de terra, areia e lama no Brasil, principalmente em períodos chuvosos, os caminhões necessitam de suspensões militares, pois as condições do solo são parecidas com as enfrentadas pelo exército. Isso porque, a suspensão militar é metálica, e tem um bom nível de conforto porque é composta por muitos componentes de borracha. Os caminhões lotados atravessam pontes de madeira, andam em rodovias terríveis e em estradas de terra, então a suspensão precisa ser muito forte e potente.

Por todos esses aspectos, a falta de uma boa infraestrutura rodoviária sobrecarrega e muito o sistema rodoviário brasileiro. Enquanto não houver políticas para expandir a infraestrutura dos meios de transporte, continuaremos com um dos fretes mais caros do mundo e com equipes de engenharia usando até sistemas militares para enfrentar nossas estradas e tentar diminuir os brutais índices de acidentes.

Fonte: https://autoesporte.globo.com